O antigo Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, e o Primeiro-Ministro do Senegal, Ousmane Sonko, levantaram sérias dúvidas sobre a legitimidade do alegado golpe de Estado que terá derrubado o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.
As declarações surgem num momento em que o exército bissau-guineense insiste que conseguiu desmantelar um complô destinado a desestabilizar um país já marcado por forte fragilidade política.
Falando aos jornalistas em Abuja, capital nigeriana, Jonathan – que chefiava uma missão de observação eleitoral do Fórum dos Antigos da África Ocidental na Guiné-Bissau – afirmou que o incidente “não foi um golpe de Estado”. Descreveu-o como um “golpe cerimonial”, pondo em causa os acontecimentos que antecederam o anúncio feito, na quarta-feira, pelos militares.
O antigo Presidente questionou, em particular, o facto de o próprio Embaló ter sido o primeiro a anunciar a sua destituição, algo que contrasta com outros golpes recentes na região, nos quais os chefes de Estado caídos raramente comunicam a própria queda.
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Anuncie aqui: clique já!“O que se passou na Guiné-Bissau é perturbador para alguém como eu, que acredita na democracia,” acrescentou Jonathan, que foi evacuado de Bissau.
Enquanto isso, no Senegal, o Primeiro-Ministro Ousmane Sonko afirmou perante os deputados que o sucedido “parece uma combinação”, insistindo, tal como Jonathan, na necessidade de prosseguir o processo eleitoral e publicar os resultados da eleição presidencial.
As posições destas duas figuras de peso somam-se às acusações da oposição guineense, que sugere que o golpe pode ter sido encenado, embora até agora não tenha sido apresentada qualquer prova concreta para sustentar esta tese.
Até ao momento, Embaló não comentou as novas alegações, embora tenha confirmado anteriormente à France 24: “Fui derrubado.”
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Publicidade_Pagina_Interna_Bloco X3_(330px X 160px)
Comprar um espaço para minha empresa.Na sexta-feira, o Presidente da transição nomeou o Ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, para o cargo de Primeiro-Ministro. A nomeação ocorreu após a libertação de Embaló, que foi imediatamente transportado de avião para o Senegal num aparelho fretado.
Além disso, a União Africana suspendeu a Guiné-Bissau na sequência desta tomada de poder considerada anticonstitucional, segundo a AFP. A CEDEAO adoptou uma decisão semelhante, apelando aos militares para regressarem aos quartéis.
A Guiné-Bissau, país da África Ocidental frequentemente marcado por golpes de Estado e fragilizado pelo tráfico de drogas, enfrenta agora temores renovados de maior instabilidade, com riscos potenciais para toda a sub-região.





