Durante semanas, muitos compararam Max Verstappen a um predador silencioso. No domingo, após a sua vitória no Grande Prémio do Qatar, que voltou a colocar a McLaren sob enorme pressão e reforçou as suas hipóteses de conquistar o título, o neerlandês assumiu com ironia esse papel. “Podem chamar-me de vilão do filme”, afirmou. O piloto da Red Bull já viveu uma cena final semelhante à que se aproxima em Abu Dhabi. Está preparado — e tranquilo.
A relação entre Verstappen e Zak Brown nunca foi particularmente amistosa. O chefe da McLaren Racing, que ao longo dos anos questionou várias vezes o mérito do neerlandês, sempre reconheceu a ameaça representada pelo quatro vezes campeão do mundo. Antes do Grande Prémio do Qatar, Brown recorreu a uma metáfora reveladora no podcast Sports Agents, numa altura em que Verstappen continuava a reduzir a desvantagem: “Ele é como aquele tipo dos filmes de terror. Quando pensamos que desapareceu, ele volta.”
A imagem chegou aos ouvidos de Verstappen, que respondeu com humor na conferência de imprensa de domingo: “Ele pode chamar-me Chucky!” Depois, num tom mais sério, afirmou que se limitava a “fazer o melhor possível”, porque isso é “a única coisa que pode controlar”. Na realidade, o piloto tem recorrido com frequência aos chamados mind games, como demonstrou no Qatar ao insistir que não tinha “nada a perder” na partida. Uma estratégia que, quase sempre, tem o seu efeito.
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Anuncie aqui: clique já!Se esta temporada se transformar num autêntico filme de terror para a McLaren, estamos agora perto da última cena. No papel, o “vilão” tem poucas saídas favoráveis: precisa de vencer e esperar nova falha de Lando Norris para alcançar a sua quinta coroa consecutiva.
“Terei feito uma época incrível”, assegurou. Apesar de reconhecer que, em termos de desempenho puro, a tarefa é difícil, a corrida de domingo mostrou que “nada está escrito”. Situações inesperadas podem surgir, especialmente em Abu Dhabi, palco de reviravoltas que ele próprio já protagonizou.
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Comprar um espaço para minha empresa.No plano psicológico, Verstappen beneficia de duas grandes vantagens sobre os adversários: experiência em lidar com este tipo de pressão e a convicção de que a sua época já é bem-sucedida, independentemente do desfecho final. “Estou muito tranquilo”, disse. “Sei que tenho doze pontos de atraso. Vou com energia positiva porque, mesmo que não ganhe o título, fiz uma temporada extraordinária. Isso retira muita pressão.”
Ciente de que Red Bull depende de fatores externos, o neerlandês insiste que corridas como a do Qatar provam que “quando pensamos que tudo será simples, não é”. Zak Brown, ele sim, preferiria sem dúvida que o filme fosse previsível.





